Tecnologias sempre foram pano de fundo para muitas obras da televisão e do cinema. Em vários lugares do mundo e em diferentes épocas, autores e diretores se aventuraram em idealizar objetos, veículos, imóveis e realidades totalmente distópicas, com tecnologias que antes só poderiam existir no imaginário popular. 

Porém, hoje, com o avanço da ciência nas mais variadas áreas do conhecimento, o que antes era apenas imaginação e ficção cinematográfica já se tornou realidade. E mais: essas invenções vêm proporcionando o surgimento de verdadeiras companhias e criam negócios ao redor do mundo nos mais diversos campos do mercado – como mobilidade, saúde, construção civil e entretenimento. 

Conheça a seguir cinco tecnologias que antes só existiam na ficção e que hoje já movimentam até bilhões de dólares ao redor do mundo. 

 

1 – Táxis voadores 

Se você pensava que táxis voadores só existiriam no mundo de “Os Jetsons”, se enganou. É certo que os carros ainda não são tão versáteis a ponto de se dobrarem para caber numa maleta, mas empresas como Uber, em parceria com a Hyundai, e a alemã Volocopter já estão desenvolvendo protótipos de aeronaves tripuláveis urbanas. 

A ideia da companhia alemã é fazer, ainda este ano, os primeiros testes dos chamados táxis voadores em Paris. A aeronave, chamada de VoloCity, tem motor elétrico, com 18 rotores, e suporta um passageiro e o piloto. Com design semelhante ao de um helicóptero, a nave tem capacidade de voar por até 35 quilômetros, a uma velocidade de até 110 km/h.

Já a Uber e Hyundai apostaram mais “alto”. Durante o CES 2020, um dos maiores eventos tecnológicos do mundo, as empresas apresentaram o Uber Elevate, projeto que traz um veículo aéreo totalmente elétrico que comporta até quatro pessoas, além do piloto. 

Chamada S-A1 eVTOL, a nave decola e pousa verticalmente e alcança até 100 km de distância a uma velocidade de até 290 km/h e a uma altitude de até 600 metros. Como em “Os Jetsons”, a nave inicialmente será pilotada por humanos, mas a proposta é que, no futuro, o voo seja totalmente autônomo. E aí, topa a experiência? 

 

2 – Realidade virtual

 

Aqueles que já assistiram ao filme “De Volta para o Futuro” ou ao desenho “X-Men Evolution” já estão familiarizados com o imaginário referente à Realidade Virtual (RV). Quem se lembra, por exemplo, da famosa sala de treinamento dos X-Men, que projetava diferentes desafios holográficos aos heróis, pode até achar que essa tecnologia nunca existiria no nosso mundo. Ledo engano.

Hoje em dia, empresas do mundo todo já fazem uso da RV para promover diferentes atividades, como vendas, treinamentos, gamificação e até simulações de procedimentos cirúrgicos. 

Este último acontece na Universidade de Stanford, onde foi desenvolvido um Centro de Simulação Neurocirúrgica e Realidade Virtual capaz de simular, por meio de RV e imagens 3D, uma série de operações médicas, como consultas clínicas e planejamento pré-operatório. Mais de 1,1 mil de pacientes de neurocirurgia de Stanford já foram tratados por meio da tecnologia. 

O mercado da Realidade Virtual também é promissor. Segundo um novo relatório da Juniper Research, a tecnologia levantará, até 2025, uma receita de aproximadamente U$ 7 bilhões, em especial pelo consumo de jogos eletrônicos ao redor do mundo. 

Em uma interação no aplicativo Clubhouse, Mark Zuckerberg declarou que a gigante tecnológica Facebook já está trabalhando em projetos de RV e Realidade Aumentada (RA) no sentido de oferecer ao usuário a possibilidade de se “mover” virtualmente para qualquer lugar que desejar. “Há muitas oportunidades econômicas, porque as pessoas poderão viver onde quiserem”, destaca Zuckerberg.

 

3 – Hologramas

 

Se com a Realidade Virtual somos transportados para um mundo artificial, no mundo real, o virtual também se faz presente. Quem nunca imaginou a possibilidade de conversar com alguém em tempo real, mesmo a distância, por meio dos famosos hologramas – imagens tridimensionais que dão a sensação da pessoa estar realmente ao seu lado?

Vários filmes de ficção – como “Star Wars”, “Homem de Ferro”, “Star Treck” e até o mais novo filme da franquia “Vingadores” – fizeram referência a essa possibilidade, mas hoje a ideia já não é mais tão futurista como pode parecer. 

Em 2020, a operadora multinacional Vodafone e a emissora televisiva TVI realizaram a primeira chamada holográfica via internet 5G. A demonstração foi feita ao vivo em Portugal, durante o Festival de Verão Paredes de Coura, e o que pareceu foi que a pessoa transmitida pelo holograma estava realmente presente no palco, enquanto, na verdade, a mesma estava situada a 400 km de distância.

A imagem foi capturada em alta definição, com 60 frames por segundo, e, para que tudo parecesse real, foi preciso decodificar a imagem em 3D para um projeto holográfico. Apesar de todo o trabalho de uma equipe de mais de 60 profissionais, a operação deu certo, o que sinaliza que esse tipo de chamada é uma possibilidade. 

Outras iniciativas menos pretensiosas já estão amplamente disponíveis no mercado. A empresa Looking Glass, por exemplo, desenvolveu um porta-retrato digital capaz de transformar imagens obtidas por smartphone em hologramas 3D, o que pode, dentre outras funções, facilitar o trabalho de profissionais de design e outras áreas.

Apresentações artísticas ao redor do mundo também lançam mão dessa tecnologia para oferecer experiências inovadoras ao público. Esse é o caso do circo Roncalli, na Alemanha, que desenvolveu hologramas realistas de animais tradicionalmente expostos em apresentações circenses, como elefantes e cavalos, para garantir tanto o entretenimento como a preservação dos bichos. 

 

4 – Casas erguidas por impressão 3D

 

Para a imaginação, o céu é o limite. Ou seria o teto de uma casa impressa em 3D? Quem assistiu ao filme “Operação Big Hero” e se encantou com as possibilidades dos chamados “microbôs” – peças magnéticas capazes de montar as mais variadas construções – já pode ficar animado com as modernas impressoras 3D, que hoje são capazes de construir casas e edifícios inteiros de maneira praticamente autônoma. 

Utilizando como “tinta” materiais como cimento e até areia, as impressoras 3D de edifícios já estão na ativa em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil. Em território nacional, a primeira casa construída por impressão 3D está localizada no município de Macaíba, Rio Grande do Norte, e foi criada pela startup 3D Home Construction. O imóvel tem 66 m² e foi erguido por um valor de apenas R$ 30 por metro quadrado.

Já o maior edifício criado até o momento por impressão 3D – projetado para servir de escritório da administração pública local – tem 640 m² e está localizado na cidade de Dubai. Para o projeto, foi preciso o trabalho de apenas (pasmem!) três colaboradores. O governo municipal já sinalizou que, até 2030, 25% das infraestruturas da cidade serão erguidas via impressão tridimensional. 

 

5 – Comidas criadas por impressão 3D

 

E se agora temos uma casa feita por impressão 3D, que tal aproveitar, sentar à mesa e comer um suculento prato vindo diretamente de uma impressora 3D? Se você acreditava que isso só existiria na cozinha dos Jetsons, pode crer que, agora, isso também pode existir na sua. 

Empresas como a israelense Aleph Farms tem criado comida a partir de materiais orgânicos, como células de animal, para criar pratos diversos, por meio da bioimpressão tridimensional. Coletando células de suporte, de gordura, dos músculos e dos vasos sanguíneos, o grupo de tecnologia já conseguiu reproduzir um filé de costela bovina, totalmente impressa em 3D. 

A multinacional KFC já está “imprimindo” produtos como nuggets, os quais devem ser lançados no mercado em breve. Pesquisadores universitários ao redor do mundo, como os da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, desenvolveram novas maneiras de se criar “tintas” para produção de alimentos a partir de vegetais frescos e congelados, que preservam tanto o sabor como as propriedades nutricionais. 

No mercado, já existe uma variedade de impressoras 3D capazes de criar produtos próprios para o consumo alimentício, com preços que podem chegar até R$ 16 mil. Está servido?