Selecionado como nova unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) dá mais um passo importante para contribuir com o desenvolvimento tecnológico do Rio Grande do Norte. Em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o Instituto também receberá um aporte financeiro de R$ 2,4 milhões, a serem destinados a projetos e parcerias na área de Internet das Coisas e manufatura.

O investimento é fruto de chamada pública promovida pelo MCTI e a empresa pública Embrapii, visando incentivar o desenvolvimento de ações que promovam a transformação digital da indústria brasileira. O resultado da seleção foi anunciado ontem (24), em evento transmitido pelo canal do MCTI no YouTube.

O aporte imediato de recursos, no entanto, é apenas um aspecto da conquista. O diretor geral do IMD, professor Ivonildo Rêgo, destaca que “fazer parte da rede de unidades da Embrapii é um objetivo que vinha sendo perseguido pelo IMD há alguns anos e que agora se concretizou. Isso tem uma grande relevância para o Rio Grande do Norte, uma vez que a Embrapii tem o papel de fazer, para a indústria, algo semelhante ao que a Embrapa faz com relação ao agronegócio”.

Ainda de acordo com ele, a integração do Instituto à rede Embrapii “vai fortalecer o ecossistema de inovação do estado, trazendo projetos importantes junto a grandes empresas para serem realizados em Natal, o que, sem dúvida, também vai impulsionar ainda mais o nosso Parque Tecnológico Metrópole Digital”, afirma o diretor geral.

Além do IMD, outras quatro entidades foram selecionadas, as quais receberão, juntas, um total de R$ 14 milhões. Três delas são do estado de São Paulo: Associação do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC), Fundação para Inovações Tecnológicas (FITec) e Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun. E uma quarta organização, o Instituto Atlântico, é do estado do Ceará.

Prospecção de projetos

“O intuito dessa ação é promover a prospecção de projetos e aumentar a nossa competitividade frente a negociações com a indústria. Então hoje a nossa expectativa é gerar, com essa verba, até R$ 8 milhões em projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) junto a empresas”, explica o coordenador da iniciativa junto ao IMD, professor Itamir Barroca.

Uma vez selecionadas, as novas unidades passam a integrar a Rede MCTI/Embrapii de Inovação em Tecnologias e Inovação Digital. Isso significa que o IMD contará com um importante diferencial para negociar projetos com a iniciativa privada, visto que a rede custeará até um terço do valor total da proposta, conforme explica Itamir Barroca.

Chamada pública

No processo de seleção da chamada pública, cada participante teve de demonstrar experiência em ao menos uma área específica. No caso do IMD, a especialidade foi inteligência em nuvem. Além dessa, o programa promoverá campos como digitalização, automação e produção inteligente, integração de dados de manufatura, tecnologias de identificação, rastreamento e sensoriamento, entre outros.

A seleção do IMD como unidade Embrapii é de especial interesse do Metrópole Parque, visto que, segundo o seu diretor, Rodrigo Romão, a novidade constitui “uma moeda de troca na hora de mostrarmos nosso potencial. Entramos no radar como uma nova proposta de valor, um poder de barganha na hora de convencermos empresas a virem para cá”.

O presidente da Embrapii, José Luid Gordon, destacou durante o evento de anúncio das entidades selecionadas, que “as novas Unidades EMBRAPII impulsionarão ainda mais o desenvolvimento de soluções tecnológicas que se alinham à tendência global, com projetos que envolvam transformação digital e sustentabilidade”.