Criar uma empresa de tecnologia de sucesso não é uma tarefa fácil. Mas fundar várias startups com trajetórias bem-sucedidas no maior e mais emblemático polo de inovação do mundo, é façanha para poucos. Esse é um dos motivos pelos quais empreendedor Tommaso Di Bartolo, radicado há 10 anos no Vale do Silício, na Califórnia (EUA), roda o mundo como palestrante, contando sua experiência.

E ele vai estar no Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) no próximo dia 2 de outubro, às 9h, para dar uma palestra gratuita, intitulada “Growth Hacking: o atalho para a sua startup decolar”. O evento vai marcar o lançamento do “Plano de Internacionalização do Parque Tecnológico Metrópole Digital”, que passará a desenvolver uma série de atividade e estratégias tanto para abrir mercados estrangeiros para suas empresas, como para trazer empreendimentos de fora para o Estado.

As inscrições para o evento, que tem vagas limitadas, podem ser feitas por meio do seguinte endereço eletrônico. Fluente em vários idiomas, Di Bartolo irá ministrar a palestra em português.

Percurso empreendedor

Tommaso Di Bartolo construiu um sólido percurso empreendedor ao criar quatro startups, duas das quais foram adquiridas por investidores. Atualmente, ministra aulas na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e realiza mentorias na aceleradora do Google Launchpad, um programa de aceleração global que ajuda as startups a criarem e escalar produtos, combinando-os com os recursos da gigante de tecnologia.

Além disso, Di Bartolo também faz mentorias para a Universidade Draper, localizada pelo Vale do Silício e criada por Tim Draper, um dos primeiros investidores da Tesla, Skype e Hotmail. A instituição tem sido um ponto de atração mundial de jovens empreendedores, reunindo empresários, fundadores de startups, executivos e aqueles que estão em vias de criar seu negócio de tecnologia.

O palestrante ainda atua na The Alchemist Accelerator, é sócio fundador da Awesm Ventures, fundo de investimento em startups, e presidente do SiliconVal.ly, instituição de educação corporativa especializada em transformação digital e inovação empreendedora. Thommaso Di Bartolo lançará seu primeiro livro, “How to Growth Hack your Startup” em outubro, nos Estados Unidos, e no mês de dezembro no Brasil.

Internacionalização

Alguns passos para a internacionalização do Parque Metrópole já vinham sendo dados, conforme conta o seu diretor, professor Anderson Paiva Cruz. Um deles foi a participação da gerente executiva da Inova Metrópole, Iris Pimenta, e de representantes de algumas startups ligadas à incubadora, ao Vale do Silício, neste ano, por meio de uma missão técnica organizada pelo Sebrae.

O próprio Anderson Cruz realizou uma visita à China, integrando uma missão do Governo do Estado, na qual fez contato direto com vários empresários e conheceu parques tecnológicos no sul do país. Ele esclarece que, apesar de ambas as visitas – à China e ao Vale do Silício – se constituírem em contatos iniciais, podem render frutos com uma ação futura dirigida para parcerias.

O Plano de Internacionalização prevê três vertentes de ações. A primeira delas é de cunho institucional e se traduzirá na realização de missões no exterior, participação em eventos e no convite e recepção de empresas de fora que queiram conhecer o ecossistema de inovação local. Nesse caso, objetiva-se fazer a prospecção para trazer empresas estrangeiras para se instalarem no Parque.

Abrir mercado

Em um outro sentido, a meta é contribuir para abrir o mercado internacional para as empresas que já estão no Parque Tecnológico. Para isso, a ideia é fazer consultoria para as startups que se interessem pela ação. “Dentre outros objetivos, vamos tentar fazer com que a empresa se transforme em um negócio internacional”, explica Marcelo Pelicano, gerente do recém-criado Projeto Mais Internacionalização.

Ainda segundo ele, uma outra forma de contribuir para as empresas acessarem o mercado de fora é incentivar e dar condições aos representantes das startups de participarem de eventos no exterior e fazerem intercâmbios entre empresas, numa parceria internacional.

A terceira vertente de internacionalização, de acordo com Pelicano, é a cooperação entre parques tecnológicos. “Assim, podemos oferecer oportunidades para as empresas desses parques aqui, e eles oferecerem para nós em seus países”, explica ele.

Instrumentos

Os instrumentos iniciais para que tais ações sejam feitas serão, além da criação do próprio plano de internacionalização, a formulação de um programa de Soft Land (parceria para cooperação entre parques tecnológicos) e o lançamento de um futuro edital para a seleção das empresas interessadas em participar desse processo.

Mas a primeira ação para internacionalização do Parque é a própria palestra de Tommaso Di Bartolo, ressalta Anderson Cruz. “A gente precisa começar demonstrando para as empresas que é importante acessar outros mercados e ter uma visão global. Por isso, alguém vir mostrar como funciona o crescimento de uma empresa lá no Vale do Silício, é fundamental para isso”, afirma.