Representando a capital potiguar e o potencial tecnológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), as startups NUT e Hubbi, empresas sediadas no Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), foram selecionadas pelo edital de fomento à inovação do Banco do Nordeste (BNB) e firmaram, neste mês, um contrato com a instituição.
Resultado que simboliza uma vitória para os negócios locais de Tecnologia da Informação (TI), o apoio econômico decorrente do processo seletivo é vinculado ao Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci).
Foram classificados 17 projetos oriundos de todos os estados da região Nordeste. Os recursos oferecidos são da ordem de R$ 5 milhões, sendo que cada empresa contemplada pode receber uma subvenção que varia de R$ 60 mil a R$ 500 mil, devendo executar o projeto no prazo máximo de seis meses.
“É um apoio muito importante para nós. Esses recursos possibilitam um desenvolvimento mais acelerado da nossa solução e poderemos investir mais em capital humano qualificado, o que nos proporciona mais competitividade frente às startups do Sul e Sudeste”, comenta o CEO da Hubbi, Igor Mesquita.
A Hubbi é responsável pela criação de uma plataforma que auxilia o comércio automatizado de autopeças em Natal. Já a NUT é encarregada pela criação da Plataforma de Assistência Remota (PAR), ferramenta que acompanha os sinais vitais de pacientes em UTI e fornece dados aos médicos em tempo real por aplicativo.
“A subvenção será necessária para avançarmos mais rapidamente no módulo de inteligência da PAR, responsável, entre outras coisas, por informações preditivas. Além disso, o recurso da subvenção será muito importante em áreas estratégicas, como o marketing”, diz a diretora de operações da NUT, Dalila Monteiro.
Fomento
Segundo o consultor de gestão da inovação Gileno Negreiros, a busca de startups por editais de fomento data de aproximadamente três anos.
“Antigamente, era mais comum que indústrias participassem de seleções como essa. Desde 2016, com o boom das startups, percebemos que muitas dessas empresas passaram a se candidatar também”, comenta Negreiros.
O consultor também chama atenção para o exemplo do último Tecnova – seleção de fomento de iniciativas inovadoras promovida pela Finep – cujos candidatos, mesmo empresas tradicionais e indústrias, tinham base tecnológica.
Riscos
Um dos principais motivos para a crescente participação desse tipo de empresa nesses editais é, segundo Negreiros, a condição financeira da empresa atrelada ao risco assumido pelas startups. “Quando falamos de inovação, nos referimos a projetos de riscos tecnológicos a serem superados. Esses editais vêm justamente compartilhar esse risco com essas empresas, por meio do benefício material”, explica o consultor.
“Existem várias maneiras de uma startup receber financiamento, como “investimento anjo”, crowdfunding, entre outros. Cabe ao empresário identificar qual a melhor forma para sua startup e conseguir convencer investidores, expondo, de maneira clara e objetiva, a viabilidade do seu negócio”, comenta Igor Mesquita.